quinta-feira, 4 de julho de 2013
Terceirização: CUT e demais centrais conseguem adiar, novamente, votação do PL 4330 na CCJ
Depois de mais de três horas de reunião, a CUT
e as demais centrais sindicais conseguiram abrir um processo efetivo de
negociação e, mais uma vez, adiar a votação do Projeto de Lei nº 4330 que
permite a terceirização em todas as atividades das empresas.
A primeira reunião de negociação quadripartite
para discutir o PL 4330, que seria votado na Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara dos Deputados (CCJ) no próximo dia 9, foi realizada nesta
quarta-feira, 3, na Secretaria Geral da Presidência da República.
Depois de muito debate, foi decidida a
formação de um grupo de trabalho composto por 3 trabalhadores, 3 parlamentares,
3 representantes do governo e 3 empresários, que vão se reunir nos dias 5, 8 e
9 para negociar alterações no PL 4330.
Na tarde do dia 9, os ministros Gilberto
Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Manoel Dias (Trabalho
e Emprego), os parlamentares, empresários e os dirigentes sindicais vão avaliar
se as negociações estão avançando.
Tanto parlamentares quanto empresários fizeram
questão de afirmar que, caso não haja consenso até esta data, o PL será votado
na CCJ no dia 10. Caso as negociações avancem, a votação pode ser adiada
novamente por um período maior até que as partes cheguem a um acordo.
Durante a reunião desta quarta, os
parlamentares e os empresários defenderam o PL 4330 argumentando, entre outras
coisas, que o projeto garante segurança jurídica para os empresários e para os
trabalhadores.
Já a bancada sindical, rebateu dizendo que o
PL, na verdade, traz insegurança jurídica para todas as partes envolvidas e não
atende os interesses da classe trabalhadora, representa mais precarização das
condições de trabalho, com enormes prejuízos para a classe trabalhadora.
Por tudo isso, os dirigentes consideraram a
reunião positiva. Para a secretária Nacional de Relações de Trabalho da CUT,
Maria das Graças Costa, a abertura de diálogo e suspensão da votação,
resultados da luta e determinação dos/as sindicalistas, foi um avanço.
“A suspensão da votação do projeto na CCJ no
dia 9 aliada ao processo de negociação
quadripartite é um passo importante para as centrais sindicais e para a classe
trabalhadora. Agora, temos a chance de mudar o projeto. Do jeito que está, não
aceitamos de jeito nenhum”.
O ministro Gilberto Carvalho considerou a
reunião histórica. “Pela primeira vez nos últimos anos construímos uma mesa
quadripartite que pode chegar a um entendimento”.
Gilberto pediu o empenho de cada uma das
partes para que o processo avance, de forma rápida e madura, pois se tiver
entendimento a tramitação tanto no Congresso quanto no governo será muito mais
fácil.
Par a o ministro Manoel Dias, “o ambiente
atual é favorável ao entendimento tanto da parte dos trabalhadores quanto dos
empresários”. Ele também pediu as bancadas que chegassem a um acordo em um
prazo razoável.
O deputado Artur Maia (PMDB-BA), que mais
defendeu o PL 4330 durante as três horas de reunião, foi também o que mais
demonstrou disposição de negociar e fez várias propostas até chegar ao acordo
de adiamento da votação e realização de três reuniões para tentar chegar a um
consenso com a bancada dos trabalhadores.
Participaram da reunião representantes de
todas as centrais sindicais (pela CUT, além de Maria das graças Costa, Quintino
Severo, Secretário de Administração e Finanças); os ministros do Trabalho e
Secretaria-Geral; os deputados Artur Maia (PMDB-BA) relator do PL 4330, Sandro
Mabel (PMDB-GO), autor do projeto, Ricardo Berzoini (PT-SP), entre outros e
empresários da CNI, CNC e CNA.
fonte: http://cutpr.org.br
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